Marketing Político Digital: Como a Internet Mudou a Política 2024

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O marketing político mudou muito nos últimos 20 anos por conta da popularização da Internet.

Muitos anos se passaram desde que, em 1917, Vladmir Lenin divulgou, ao chegar em São Petersburgo, as famosas Teses de Abril.

Agora, se utilizando do anacronismo para que possamos elucidar nosso ponto a ser questionado, imagine se os Bolcheviques tivesse acesso às redes digitas para a divulgação de seu jornal, Пра́вда (Pravda, ou “verdade” no bom e velho português).

É isso o que se passa nos dias de hoje. Muitas das técnicas de publicidade e marketing utilizadas por políticos contemporâneos como Trump, Putin, Bolsonaro, Merkel e etc., são formadas a partir das mesmas bases construídas e divulgadas durante o século 19 (XIX) e (20)XX.

A propaganda e o marketing político devem seguir padrões que são inerentes ao pensamento político moderno para divulgação de ideias ao público geral.

A divulgação deve ser simples, sem contar com um lastro científico que possa a comprometer e a restringir a um público específico: como foi realizado pelo governo Bolsonaro em que procurou articular palavras, jargões e opiniões que estavam presentes dentro do imaginário comum em geral.

O marketing político deve ser popular, se utilizando de plataformas que possam alcançar o público em geral: cartazes, bandeiras, folhetos e, o exemplo mais atual e marcante de nosso tempo, as redes sociais, que possuem um papel crucial na divulgação dessa mensagem a ser passada.

A publicidade política digital é muito utilizada hoje por boa parte dos políticos através do Twitter, Facebook, Instagram e outros meios de comunicação de massa; e, principalmente, emotiva.

As reivindicações populares, como o desemprego, o combate ao crime e, atualmente, a questão dos refugiados a procura de melhores condições de vida, tem um apelo emocional muito forte que é amplamente explorado no marketing político digital por meio das mídias sociais.

Desde as antigas civilizações, como as romanas, gregas, egípcias e babilônias, a divulgação de informações de forma eficiente é crucial para que ocorra uma autêntica legitimidade do governo em questão e, também, para conseguir o apoio popular.

Hoje, a propaganda, ou mais especificamente o marketing digital, serve, entre muitas outras funções, para a venda de informações, estas que, a partir da organização política do Estado, podem ser vistas como comodities que sustentam regimes e formulações de verdade que proporcionam o ato de governar numa escala não só nacional, mas como também global – não falando de governo stricto sensu, mas de divulgação, aceitação e interação de uma nação com a comunidade internacional.

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O Que é Marketing Político?

Marketing político é uma ferramenta intrínseca a propaganda que serve para a divulgação de ideias, plataformas, medidas e a própria formulação de imagem do político em questão.

Qual a Importância do Marketing Político?

Hoje, o mais importante para aqueles que se inserem na vida pública e políitica, é criar uma imagem de si para o público externo.

Ou seja, de forma simplista, o marketing político é importante para moldar a imagem perfeita para um candidato.

O marketing político, antes de mais nada, vende uma imagem que corresponde àquela que se quer passar ao eleitorado – daquilo que se idealiza ser o político, por exemplo.

Como assim não é a própria imagem da pessoa em que voto? Porque a política, assim como a vida pública em geral, se apoia num mundo de idealizações que correspondem as expectativas do público em que tal imagem é direcionada.

Isso permite que você construa um personagem em torno do sujeito em que se quer proporcionar a chance de representar as pessoas em que vêem representadas em sua imagem.

Construir uma imagem consiste em enaltecer pontos positivos, invisibilizar os negativos e criar outras qualidade que muitas das vezes não correspondem as características presentes no sujeito cuja imagem está sendo formada. Essa é uma técnica excelente, pois, quando bem realizada, você pode construir uma imagem do 0.

Ninguém sabe ao certo quem o político é, muitas das vezes nem mesmo este entende a magnitude da identidade que este formulou para si. Sua imagem é um retrato dourado formado pelo poder do marketing político.

Nos dias de hoje, e as eleições de 2018 provaram isso mais do que qualquer coisa, o marketing político digital veio para ficar, e será o fator vai decidir grandes eleições políticas em todo o mundo.

O político que usa o marketing digital da melhor forma vai sair ganhando.

Diferença Entre Marketing Político e Marketing Eleitoral

O marketing político é um conjunto de estratégias com o objetivo de divulgar as ações e projetos de um candidato durante todo o seu mandato político – não apenas na eleição.

Já o marketing eleitoral, como o nome sugere, se resume a um conjunto de estratégias utilizadas durante o período de campanha para o pleito.

Ou seja, são ações de curto prazo e com objetivos muito bem definidos.

Exemplos de Marketing Político

Existem exemplos atuais de marketing político que são interessantes que marcas e marketeiros conheçam. Quando Barack Obama percebeu que não teria o apoio dos grandes empresários para vencer as eleições de 2008, decidiu mudar e se tornar o primeiro “político 2.0.”

As ferramentas personalizadas, os recursos e as opções que tornam a Internet disponível para qualquer pessoa e, é claro, seu uso funcional, são os fatores que fizeram o marketing digital ter uma influência significativa na política moderna. Você quer saber como com alguns exemplos?

Marketing político de 100.000 conteúdos na campanha de Donald Trump

Nos primeiros dias de campanha de marketing político de Trump, seu estrategista digital, Brad Parscale, recebeu um pequeno orçamento com o objetivo de expandir o banco de dados da campanha.

O marketeiro tomou sua decisão e investiu todo o dinheiro em anúncios no Facebook. Para o começo, incluía os nomes, endereços de e-mail e números de telefone de alguns seguidores de Trump no Facebook.

Então, ele escolheu usar o público personalizado para unir essas pessoas com seus perfis no Facebook. Além disso, com a ferramenta “Opções de segmentação de público-alvo” do Facebook, os anúncios podem ter um curso ou outro com base na atividade do usuário, afinidade étnica ou dados demográficos, como localização, idade, sexo ou interesses.

Em seguida, o estrategista ampliou seu radar usando a “lookalike audience”, uma ferramenta poderosa que permite encontrar pessoas no Facebook com interesses em comuns. Isso significa, neste caso, possíveis seguidores de Trump.

Além disso, a Parscale também implementou software para otimizar o design e a entrega dos anúncios do Facebook. A campanha gerou tantos anúncios que 100.000 landing pages (páginas de captura) diferentes foram criadas. Cada um direcionado para diferentes segmentos. Como resultado, mais de 100.000 conteúdos foram criados.

A campanha Trump usou dados diferentes para criar anúncios personalizados em redes sociais. Ele investiu 150 milhões de dólares em anúncios no Facebook com videos e no Instagram (videos fotos e hashtags para atrair seguidores) nas últimas semanas das eleições. Desta forma, seria capaz de influenciar afro-americanos e mulheres mais jovens.

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Marketing político de SMS na campanha de Obama

Outro dos exemplos mais proeminentes de marketing político é Obama, que também deu muito que falar. O ex-presidente dos Estados Unidos deu várias lições sobre como usar espaços digitais para criar estratégias de marketing eficientes. Por exemplo, ele ensinou que:

  • Websites de alto desempenho levaram a maior converção de usuários.
  • Os testes A/B foram a base para escolher conteúdo e para criar CTAs para o seu website.
  • Ele também incorporou suas propostas nas páginas de agradecimento, onde o público era mais receptivo.
  • Usou o email marketing para aumentar a fidelidade do usuário.
  • Tanto as redes sociais como o blog foram totalmente integrados em cada passo da sua estratégia de marketing político digital.
  • Todas as campanhas foram segmentadas para maximizar conversões

Mas tem mais A equipe de marketing de Obama sabia como aplicar o marketing de SMS para divulgar diferentes conteúdos. O site “YouObama” foi criado referindo-se ao YouTube para compartilhar vídeos de suas ações políticas e foi um dos primeiros candidatos políticos a aproveitar as funções das redes sociais para fazer marketing.

Rede sociais como Facebook e Twitter. Atualmente, seus perfis de redes sociais são considerados histórias de sucesso absoluto no marketing político.

6 Principais estratégias utilizadas pelo marketing político em 2024

1 – Vida Prévia às Credenciais Políticas

Visivelmente muitos políticos hoje só conseguiram adentrar a política por meio de um passado cuja visibilidade já lhe foi possibilitada dentro de outra atividade em que este exercia.

Jogadores de futebol, apresentadores de televisão, participantes de Reality Show… Muito de sua imagem já estava presente nos meios de comunicação muito antes destes aderirem a vida política.

Esse fato explica o jeito pelo qual sua figura/identidade se torna “popular” quando estes passam a aderir uma vida voltada para a política.

Vale lembrar que essa técnica nem sempre dá certo. Muitas das pessoas que possuem popularidade fora das instituições do Estado e que estão em constante contato com o mundo do entretenimento, como Trump, Tiririca, Wagner Monte, Arnold Schwarzenegger, etc.,

Essas figuras populares conseguem suas colocações políticas através do aproveitamento de seus nomes para colocar os interesses de um partido, cujos candidatos não possuem tamanha força de expressão para conseguirem eleger cargos que coloquem suas pautas em jogo.

Essas pessoas representam bem o que Zygmunt Bauman diz a respeito da vida pública, em que o representante político é, antes de sua credencial política, um adepto ao showbusiness.

2 – Militância Política Midiática

Outra forma de marketing político para alcançar aos cargos de ocupação pública é através da militância midiática, proporcionada por discussões virtuais, divulgação de materiais de análise a respeito do que ocorre a nossa volta, instigações para a formação de manifestos e protestos, etc.

Muitos indivíduos, grupos políticos, coletivos universitários e repartições presentes em partidos políticos abrem espaço para que os debates não sejam travados apenas entre aqueles que os rodeiam em suas determinadas “bolhas”.

Esses grupos políticos estendem a palavra para o público em geral, o que faz com que novos nomes apareçam nesse cenário em que se formaram a partir de suas posições a respeito de certos temas. Exemplo disso é o MBL (Movimento Brasil Livre).

3 – Comentários de Campanha

Uma ótima forma de conseguir a atenção midiática acerca de um indivíduo específico é fazer comentários em que possam soar polêmicos no primeiro momento, ou até no último em alguns casos.

Isso acaba conferindo à sua identidade uma posição de ampla produção de notícias, memes, vídeos de crítica, etc. Mais uma forma em que o marketing políco digital aparece como grande protagonista.

Todas essas formas de mobilizar o público em volta do que foi dito lhe confere outras formas de mídia que proporcionam a divulgação de sua imagem que, por mais negativa, ou até positiva, que seja, é perpetrada de maneira incessante a ponto de fazer a diferença no final das eleições.

Pegue como exemplo Donald Trump, em que muitos de seus comentários não foram realizados de maneira adequada aos olhos de muitos republicanos durante a campanha.

AS “gafes” de Trump renderam uma ampla divulgação de sua imagem pela mídia americana, fazendo dele, a posteriori, o candidato escolhido para representar o Partido Republicano nas eleições presidenciais Americana.

Claro que Trump não foi eleito somente por causa de suas declarações polêmicas, isso é, no mínimo, inocente, mas é inegável que a difusão de suas falas, aparência em congressos e comícios políticos lhe renderam a imagem que muitos americanos desconheciam e que, em muitos casos, compactuaram com as informações que vinham unilateralmente em suas direções

Diferente, claro, de como foi realizada a campanha de Hillary Clinton (representante do partido democrada e rival de Donald Trump nas eleições) no mesmo ano.

4 – Ideia base/slogan

Todos os candidatos acabam se firmando numa base para se sustentarem durante as campanhas políticas. Entre os mais visíveis no meio são Deus, família, terra e (insira sua nação aqui).

Esses grandes Slogans da publicidade política que podem ser trabalhados de maneiras diferentes são importantíssimos e levarão o rosto do candidato em formas de palavras que trazem uma forma de promessa ao público.

Um bom exemplo disso, mais uma vez, é Trump com seu lema Make America Great Again (Fazer a America Grande Novamente).

5 – Eventos e o Marketing Político

Além da difusão de idéias, é de suma importante a organização de eventos e comícios através de uma rede em que seja possível alcançar um grande número de pessoas de forma rápida: a internet e as mídias sociais

Dessa forma, um político, ou uma pessoa intencionada a se tornar um, pode organizar suas falas públicas, seus encontros com o eleitorado, passeatas em prol de uma causa escolhida pelo sujeito, etc.

Não podemos de deixar de resaltar a força que a publicidade e marketing digital político vai ser cada vez mais importante para decidir as eleições.

6 – Pertencimento

Talvez uma das mais importantes formas de conseguir votos ou adquirir popularidade em torno de uma causa política é se aproximar cada vez mais da realidade “comum”.

É notável como muitas vezes pensamos em políticos que parecem até outros tipos de seres, que são outsiders da realidade do povo, etc.

Por isso, o eleito, ou candidato, que se mostra presente tanto presencialmente quanto em outras formas de comunicação popular entendem a importância e o jeito que essa nova política se articula para se obter uma campanha de sucesso.

No início do século 20 (XX) o rádio providenciou isso, depois a tv e agora é o tempo das redes sociais, dos seguidores do instagram, dos seguidores do twitter, dos anúncios do Facebook, etc.

É incrível ver os efeitos que a informalidade na hora do anúncio, inevitavelmente, quando bem pensada, a propaganda proporciona uma proximidade com o eleitor.

Estar engajado na comunidade não é só responder aos eleitores nas redes sociais, o que também faz parte do processo quando possível, mas estar em constante contato com as demandas e realidades destes, já que, muitas das vezes, não correspondem com o real vivido pelo político em questão.

O que é um marketeiro político? Como posso me tornar um?

Não há muitas regras com relação a isso. Já que a imagem deve ser feita com base no real e no imaginário a respeito de quem se quer divulgar a figura, deve apenas ser cauteloso com o que se vende (características da pessoa real/imaginada).

Tal atividade pode ser feita tanto pelo político que deseja seu acento no congresso quanto seu eleitor que quer ver-lo naquele local.

Basta saber escolher bem as informações que se deseja perpetrar na campanha, saber qual é o pilar de defesa da imagem que você quer vender e, principalmente, saber dar forma a essa figura que precisa estar próxima dos interesses do público em que se deseja o voto.

Hoje em dia, uma estratégia de divulgação de informações tem sido recorrente no meio público, as fake news. Nos distanciando do discurso moral, estratégias são estratégias e política, como já nos dizia Bauman, é saber mentir com qualidade, uma interminável briga entre os competidores para saber quem mente melhor, etc.

Claro que a democracia, como ainda acredito, é construída sob os pilares da verdade, mas não podemos nos esquecer das mentiras que as ligam para sustentar toda a estrutura.

O que você quer dizer com isso então? devemos mentir para nos tornarmos políticos ou marketeiros dos mesmos? Sim e não.

Sim, porque, querendo ou não, haverá uma ultravalorização de um personagem criado a partir de algo concreto – que é o próprio político, no nosso caso.

E não, porque, caso consiga se eleger e tomar posse do acento tão desejado, será necessário um grande empenho para cumprir as promessas realizadas durante a campanha. Logo, é impossível, dentro de uma campanha de sucesso, tudo ser construído a base de uma mentira.

Por mais que a pessoa defenda interesses que nem elas mesmas acreditam em troca de votos, a verdade será que ela terá de cumprir com o que prometeu – quando estes respeitam suas promessas, claro, podendo colocar assim sua própria posição em risco durante o mandato e nas próximas eleições.

Conclusão

Ser marketeiro político é saber brincar com a realidade e a ilusão.

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É saber os interesses demandados pela população e construir uma identidade completamente nova em volta de um sujeito que muitas vezes não as compreende.

É uma tarefa para aqueles que problematizam o conceito de verdade ou possuem uma fé cega a ela.

É, sobretudo, saber aproveitar cada vírgula de um discurso para vender aquele comoditie que pode ser um sucesso e um fracasso da noite para o dia.

Hoje, é saber levar uma campanha política para uma plataforma de massas como o facebook, twitter, youtube e etc., para alcançar, cada vez mais, pessoas descontentes com suas devidas realidades e que buscam alternativas nas palavras de um representante.

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